quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O Dom da Insatisfação

Vivemos insatisfeitos na constante busca por ideais. Queremos ter o relacionamento ideal, o trabalho ideal, a remuneração ideal, a casa ideal... Sejam elas materiais ou espirituais, todos as pessoas possuem metas e é a insatisfação escondida em cada uma destas metas o que movimenta a humanidade.

Freud dizia que o princípio do prazer é a ansiedade, que é preciso encerrar o desconforto das vontades não saciadas para atingi-lo.

O que aprendi com o tempo é que a proximidade do alvo pode ser mais prazerosa do que a conquista, e que para isto ser verdade basta que o objetivo tenha sido mal definido. Quantas vezes os planos na véspera do seu feriado foram melhores do que o próprio feriado?

O fato a ser percebido é que os ideais não passam de conceitos incompletos e provisórios, são meras abstrações que perdem seu valor no exato momento em que se concretizam. Chegamos ao objetivo, e agora? A casa ideal precisa ser reformada, a remuneração deixa de ser suficiente, o trabalho se torna cansativo...

Independente da altitude em que estamos, sempre precisamos chegar mais alto e isto nunca vai mudar, a insatisfação é parte essencial da condição humana.

Sobre o tema é preciso aprender duas lições básicas: primeiro que a insatisfação é um dom, ela é a chave para nossa evolução. E segundo que saber definir metas palpáveis e saborear as conquistas intermediárias é um dos grandes segredos para nossa felicidade. O resultado final deste aprendizado? Satisfeito nunca, feliz sempre!